No Brasil, três em cada mil crianças possuem algum tipo de deficiência auditiva. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,5% da população nos países subdesenvolvidos é surda. Sendo assim, os pais devem ficar atentos e realizar o exame que identifica o problema ainda nos primeiros dias de vida do bebê. A deficiência auditiva, se não for tratada adequadamente, pode acarretar em problemas na fala, alfabetização e sociabilidade.
Qualquer recém-nascido pode apresentar um problema auditivo ou adquiri-lo nos primeiros anos de vida. Mesmo que não haja caso de surdez na família ou fatores de risco aparentes, como no caso de mães que tiveram rubéola durante a gravidez.
Quando a deficiência é diagnosticada precocemente, dificuldades na comunicação oral e até o risco da criança ficar muda podem ser evitados. Um dos principais problemas no diagnóstico tardio é o desenvolvimento da fala. Isso porque a criança aprende a falar ouvindo, portanto, a fala é prejudicada devido à falta de estímulo pela audição.
De acordo com a fonoaudióloga Marta Maria Ribas, o ideal é que todos os bebês sejam submetidos ao teste de alta emissão; o chamado “teste da orelhinha”, responsável pela detecção de algum prejuízo na audição dos pequenos. “O exame é extremamente importante; principalmente para os bebês que permanecem nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) após o nascimento, devido ao barulho constante do ambiente e dos equipamentos existentes no local”.
Segundo ela, outro fator que merece atenção é a otite, infecção no ouvido desenvolvida pelo acúmulo de líquido no sistema auditivo. “Ingerir o leite da mamadeira deitado pode desviar o conteúdo e desenvolver o problema. Se as inflamações acontecerem repetidamente, podem ser prejudiciais para o sistema auditivo das crianças”, explica a fonoaudióloga.
Traumas ou exposição constante à poluição sonora também podem prejudicar o sistema auditivo dos pequenos. Quedas graves e traumas ocasionados por ruídos muito fortes, como as bombinhas de festa junina, por exemplo, também podem levar a perdas auditivas parciais ou totais.
Há ainda a questão da acomodação auditiva, pesquisas revelam que há possibilidade de uma acomodação auditiva em decorrência da exposição contínua a sons excessivamente altos. De acordo com a audiologista Sabrina Lechugo Siqueira, “isso não representa uma perda imediata, mas pode levar a futuros problemas auditivos. É o caso de danceterias ou da utilização de walkman em alto volume”. Vale lembrar que os danos só ocorrem quando a exposição é constante e por um longo período de tempo.
Fonte: Guia do Bebê
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